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Fátima e a Esperança

Quereis oferecer-vos a Deus?

de pe.César Cuomo icms

 

Na história de Fátima, o apelo particular à virtude da esperança foi imediato. Nossa Senhora desceu do céu precisamente para reavivar a sua memória e nostalgia, num período histórico de grande "noite espiritual", em que, pela primeira vez na história, mesmo com brutal violência, se procurava impor aos povos uma visão do mundo sem Deus e, consequentemente, sem a perspetiva da vida depois da morte. Uma humanidade, portanto, privada da esperança de uma eternidade feliz e, por isso, vítima de um desespero subjacente, prenúncio de todo o mal e de toda a tristeza, temporal e eterna.

Nossa Senhora, pelo contrário, não precisou de muitas palavras para reacender o fogo da esperança na alma dos pastorinhos; bastou vê-la pela primeira vez e ouvi-la dizer que vinha do céu, para despertar neles um desejo imenso, imediatamente expresso por Lúcia em nome dos três: "E eu também irei para o céu? Sim, vais para lá. E a Jacinta? Também. E o Francisco? Também, mas tem de rezar muitos terços".

Esta visão, tão maravilhosa como inesperada, inundou-lhes o coração de alegria, até porque vinha acompanhada de uma profecia e de uma promessa que, vinda da própria Senhora, comunicava certeza e não apenas esperança. Assim, nas asas de um compreensível entusiasmo, os pastorinhos não hesitaram em aceitar seriamente o projeto de Deus, apesar da sua idade, com todo o sofrimento e responsabilidade que isso implicava: "Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores? - Sim, queremos".

As aparições tinham permitido aos pastorinhos saborear uma centelha da beleza infinita do Paraíso, pela qual, compreenderam, valia a pena sofrer qualquer tipo de sofrimento. Por isso, os pastorinhos nunca hesitaram perante essa perspetiva. Francisco dizia: "Nossa Senhora disse que vamos ter muito que sofrer! Eu não me importo; sofrerei tudo o que Ela quiser! O que eu quero é ir para o Céu".

Na prisão de Ourém, convencido da gravidade das ameaças do presidente da câmara que o tinha raptado, perante a perspetiva da morte, disse, com imensa paz e alegria: "Se nos matarem, como dizem, em breve estaremos no Céu! Que bom! Não me importo nada".

Isto não quer dizer que enfrentassem todas as adversidades "de ânimo leve", mas o pensamento do Céu e a recordação da promessa feita por Nossa Senhora sustentavam-nos sempre, mesmo perante as duras provas e adversidades que tinham de enfrentar. A própria Irmã Lúcia testemunha explicitamente este facto quando, a propósito da terrível visão do inferno, diz: "Esta visão durou um momento. E graças à nossa boa Mãe do Céu, que já nos tinha prevenido com a promessa de nos levar para o Céu (na primeira aparição), senão creio que teríamos morrido de susto e de terror".

A esperança do Céu teve o condão de confortar e alegrar os pastorinhos mesmo na dura doença que, muito cedo, se abateu sobre a Jacinta e o Francisco e que, em breve, os levaria à morte. A melancolia natural que se sente quando se tem consciência de que se vai deixar este mundo e as coisas que se ama, era superada por eles ao pensar no paraíso que os esperava, e ajudavam-se mutuamente a mantê-lo vivo: "Eu gostava, sempre que podia, de ir ao Cabeço, à nossa gruta preferida, para rezar. Como a Jacinta gostava muito de flores, eu apanhava um pequeno ramo de lírios e peónias, quando havia, e levava-lho, dizendo: "Toma, são do Cabeço! Ela pegava neles  e às vezes dizia com as lágrimas a correrem-lhe pela cara: "Nunca mais volto lá! Nem para os Valinhos, nem para a Cova da Iria! E tenho tantas saudades deles! - Mas que te importa, se vais para o Céu ver Nosso Senhor e Nossa Senhora? E ficou contente, a folhear as flores e a contar as pétalas de cada uma".

A esperança do Céu, no entanto, não era cultivada num espírito de egoísmo, mas num espírito de reparação, como o Anjo já lhes tinha ensinado na sua primeira aparição, quando os exortou a praticar atos de fé, de esperança e de caridade mesmo para com aqueles que não acreditam, não esperam e não amam. A fé e a caridade profundas, enraizadas nos seus corações, levavam os pastorinhos a preocupar-se com a salvação dos pecadores, a esperar a alegria do paraíso também para eles, como prova este diálogo entre a Jacinta e a Lúcia: "Dizei a todos como é o inferno, para que não pequem mais e não vão para lá. Outras vezes, depois de ter pensado um pouco, dizia: -Quanta gente está a cair no inferno! Tanta gente no inferno! Para a acalmar, eu dizia-lhe: - Não tenhas medo! Tu vais para o Céu. - Eu vou", dizia ela calmamente, "mas gostava que toda aquela gente fosse também!".

As Memórias de Lúcia relatam os grandes sacrifícios que Jacinta ofereceu por este motivo, mostrando que não se tratava de sentimentos estéreis de compaixão pelas desgraças dos outros. A Jacinta estaria disposta a sofrer tudo para ter a esperança da salvação dos pecadores: "Tenho tanta dor no peito! Mas não digo nada. Sofro pela conversão dos pecadores".

À luz do exemplo dos pastorinhos, compreendemos que a virtude da esperança está ligada às outras duas virtudes teologais da fé e da caridade. A fé na existência, na bondade e na misericórdia de Deus, alimenta a esperança no perdão dos pecados e na obtenção da vida eterna, reavivando a caridade com as boas obras oferecidas como resposta ao amor de Deus e como súplica a Ele para que reconduza ao "trilho" da salvação aqueles que já não a esperam.

Nossa Senhora, em Fátima, prometendo que, no fim, o seu Imaculado Coração triunfará, manifestou-se como um sinal de esperança. Assegurou-nos, assim, que o drama da história dos nossos tempos conturbados não terminará em tragédia. "Esta garantia, porém, não pode esconder as cicatrizes, as feridas e as amarguras que o mal e o pecado depositam na história através da liberdade humana" (Eloy Bueno de la Fuente, El mensaje de Fátima).

Seja como for, para apressar a realização desta esperança, Nossa Senhora pede também a cada um de nós que ofereça a sua própria vida, com os seus sofrimentos, como sacrifício de amor a Deus.  É ainda o comentário teológico do futuro Bento XVI que nos recorda a eficácia redentora desta oblação: "A visão da terceira parte do "segredo", tão angustiante no seu início, termina, portanto, com uma imagem de esperança: nenhum sofrimento é em vão... do sofrimento das testemunhas deriva um poder de purificação e de renovação, porque é a atualização do próprio sofrimento de Cristo e transmite a sua eficácia salvífica no presente".

 

 

 

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