3ª Etapa: ROMA/OS SANTOS

de Sofia Lourenço

Depois da alegria de estar perto do Santo Padre e de ouvir as suas palavras interpeladoras em audiência Papal, iniciámos a nossa peregrinação por várias igrejas e basílicas. Vivemos momentos de grande graça ao passar pelas Portas Santas e rezar junto de relíquias de Cristo e de vários Santos. Diz-nos Paulo IV que a “vida de cada um dos filhos de Deus está ligada de modo admirável, em Cristo e por Cristo, à vida de todos os outros irmãos cristãos, na unidade sobrenatural do corpo Místico de Cristo, como que numa pessoa mística” (Indulgentiarum doctrina). São palavras belas que nos fazem compreender que, unindo-nos aos santos, nos unimos também a Cristo.

 Como é difícil recuperar todos os locais pelos quais peregrinámos em Roma, deixo aqui alguns mais marcantes.

 No dia 30 de julho, visitámos a Basílica de Santo Agostinho, onde tivemos a graça de rezar junto ao túmulo de Santa Mónica, a mãe de Santo Agostinho. A sua vida de oração e de perseverança na conversão do seu filho são para nós um exemplo de virtude cristã. Como Santa Mónica, também muitas pessoas perto de nós rezam pela nossa conversão cada vez maior a Cristo. Por isso, foi um momento de ação de graças aos que por nós intercedem, muitas vezes os nossos próprios familiares - as nossas mães - agradecer o dom das suas vidas, as graças que por elas nos são concedidas e pedir a ajuda de Santa Mónica. Que, por seu intermédio, muitos mais se convertam e descubram o Amor de Deus. Ficaram nos nossos corações as palavras: “Ubi tu, ibi et ille” (Onde estiveres, Ele estará também).

 Na Piazza Navona, pudemos rezar junto a uma relíquia de Santa Inês numa bonita igreja dedicada a esta Santa. O seu exemplo de pureza, castidade e entrega à fé são, nos dias de hoje, uma mensagem de esperança para todos nós.

 Na Igreja de Santo Inácio de Loyola, pudemos rezar e pedir a intercessão de São Luís Gonzaga, jesuíta padroeiro da juventude, dos estudantes e dos seminaristas. Também a sua vida é para nós um exemplo: procurou viver uma vida de ascese, de pureza e virtude e tinha um grande amor a Deus e a Nossa Senhora. Na mesma igreja, está sepultado também São Roberto Bellarmino, a quem nos foi possível rezar. Foi Arcebispo, Doutor da Igreja, diretor espiritual, confessor de São Luís Gonzaga e um santo que defendeu a fé católica fervorosamente.

 No mesmo dia, o Padre Gianni celebrou a Eucaristia na Igreja de São José dos Carpinteiros, construída por cima do Cárcere Mamertino, onde estiveram presos São Pedro e São Paulo. Depois, estivemos ainda junto ao Coliseu de Roma, onde morreram tantas pessoas, entre elas vários mártires cristãos.

 No dia seguinte, visitámos a Arquibasílica de São João de Latrão, dedicada ao Santíssimo Salvador e aos Santos João Batista e Evangelista, e Sé episcopal do Bispo de Roma. Foi um momento muito tocante, pois foi a primeira Porta Santa pela qual passámos. Pudemos rezar junto às relíquias de São Pedro e de São Paulo, os nossos pilares da fé. Na Basílica, rezámos ainda junto à Mesa do Cenáculo sobre a qual Cristo realizou a última Ceia! Ficámos encantados com o facto de esta ser a primeira igreja ocidental e de ter o batistério mais antigo de Roma.

 Na nossa peregrinação deste dia, tivemos ainda a oportunidade de rezar na Basílica da Santa Cruz em Jerusalém. Nela está depositada a terra do solo escavado da Rotunda do Santo Sepulcro e ainda, a pedido de Santa Helena, mãe de Constantino, os pedaços da madeira da Cruz de Nosso Senhor. Assim, pudemos rezar junto às próprias relíquias de Cristo! Na capela onde estavam, encontra-se também a inscrição da sua cruz, uma grande graça, que nos recordou a Paixão de Cristo por todos nós. Nesta Basílica, pudemos ainda rezar a Antonietta Meo, menina que viveu no início do século XX, faleceu aos 7 anos e ofereceu sempre o sofrimento da sua doença pelos pecadores.

 Na tarde deste dia, após a celebração eucarística e a recitação do terço, tínhamos duas opções de locais a visitar: a Basílica de Santa Maria Maior ou a Basílica de Santa Maria Sobre Minerva. Escolhi, juntamente com outros jovens do grupo, visitar a Basílica de Santa Maria Maior. Lá também passámos por uma das Portas Santas e pudemos rezar perto de uma relíquia de Cristo, a manjedoura de Belém, construída por São José! Tivemos ainda oportunidade de rezar perto do túmulo de alguns papas, entre eles, o Papa Francisco.

Quem visitou a Basílica de Santa Maria Sobre Minerva, esteve perto do túmulo de Santa Catarina de Sena, para nós ideal de fé, devoção à Virgem Maria e a Deus. De modo excecional para o Jubileu dos jovens, estava lé o corpo incorrupto de Pier Giorgio Frassati, grande modelo da caridade e, em breve, santo.

 No dia 1 de agosto, fomos em peregrinação à Basílica de São Pedro. Fizemos as nossas orações após passar pela Porta Santa e de seguida deparámo-nos com a famosa Pietà de Michelangelo, obra de extraordinária beleza. Além disso, no interior da Basílica, na Capela de São Sebastião, foi-nos concedida a graça de rezar junto ao túmulo de São João Paulo II. A sua vida de fé e o seu apostolado são para nós, jovens, muito tocantes. Seja o seu trabalho em favor da paz, da justiça, da defesa da família, seja a sua virtude humana e a sua ligação a Nossa Senhora. Que todos vivamos em relação com Deus e com a nossa Mãe e concretizemos em cada dia o seu lema: Totus tuus.

Na capela do Santíssimo Sacramento tivemos oportunidade de fazer adoração eucarística. Ainda na Basílica de São Pedro, estivemos em oração junto ao Sepulcro de São Pedro, que fica sob o Altar Papal. Visitar a Basílica de São Pedro em último lugar, permitiu-nos recordar como a história da Igreja começou: com o sacrifício de São Pedro e de São Paulo. De modo particular, estar junto ao túmulo de São Pedro e perceber que passados tantos séculos a Igreja permanece na fé, motivou a nossa ação de graças a todos os que se sacrificaram e ainda hoje se sacrificam pela Igreja. De facto, apesar de todos os nossos pecados e negações a Cristo, que possamos sempre responder humildemente “Senhor, Tu conheces tudo e sabes que Te amo” (Jo 21, 17).     

 Deixo uma nota de agradecimento, pois ter connosco o Padre Gianni e a Irmã Paola – que nos iam explicando, não só aspetos e curiosidades da cidade de Roma, mas também acerca da vida dos Santos, de Cristo e da história da Igreja –, permitiu-nos aprofundar a nossa fé e enriquecê-la, além de nos focar no essencial ao passar por cada um dos lugares não como turistas, mas como verdadeiros peregrinos de Esperança.

 Rezar junto às relíquias de Cristo e de tantos Santos foi uma grande bênção. Além de nos ter aproximado da fé em Jesus Cristo, de Nossa Senhora e dos Santos, conhecer o seu caminho até à canonização, deu-nos esperança e alento para viver mais o Amor a Cristo, a Nossa Senhora e à Santa Igreja! Fazer este caminho em grupo ajudou-nos a compreender que o caminho de cada um de nós para a santidade, ainda que único, não é isolado, mas feito em partilha, em Igreja, aprendendo com os outros, conhecendo a Deus pelos outros e dando o que temos aos outros em caridade, em Amor.

 “Precisamos de uma santificação quotidiana para que, incorrendo em faltas todos os dias, todos os dias sejamos delas purificados por uma santificação assídua. (...) Portanto, oramos para que esta santificação permaneça em nós” (São Cipriano de Cartago, De dominica oratione).

Até à próxima partilha!