Além a carne e o sangue

por Ana Cristina Coelho Santos

Maria dada como Mãe a S. João aos pés da Cruz, e assim dada como Mãe adotiva também a mim, a ti, a cada um de nós.

Maria, Mãe Imaculada, sem pecado original, Mãe de Jesus, filho de Deus, também sem mancha, gerou o Filho de Deus, uma criança igual às outras, mas diferente de todas as outras, pois não tinha a inclinação para o mal que todos nós temos, devido à cicatriz do pecado original.

Em toda a sua maternidade Maria sofreu desde que disse o seu sim aos planos do Pai até à crucifixão do seu Filho amado. Um sofrimento sempre pleno de amor e de abandono ao Pai, mas nunca um sofrimento pelas faltas do seu Filho nem pelo mau caminho que Ele seguia.

Ao pé da Cruz Maria ouve a Sua voz amada:

"- Mulher, eis o teu filho!”. Depois disse ao discípulo:

"- Eis a tua mãe!".  E a partir dessa hora ele acolheu-a em sua casa.

E, num momento de dor extrema, Maria acolhe como filhos, todos. Os bons e os maus, todos.

Como uma mãe que adota uma criança não adota só um bebé indefeso que sentiu crescer dentro de si. Adota um ser com um passado de sofrimento, de dor, de rejeição, com um medo imenso do presente e do futuro, não habituado a confiar, a abandonar-se, a amar, e a deixar-se amar.

Assim Maria nos acolheu como seus filhos, com todo o nosso pecado, com todas as nossas infidelidades, nos acolheu com o seu imenso, infinito amor e cuidado. Olhando para cada um de nós como filho imensamente amado e desejado pelo Pai.

A nossa Mãe cuida de nós, de mim e de ti, com todo o carinho, ternura e paciência, sugerindo-nos amorosamente ao longo de cada dia da nossa vida o caminho que nos conduz a Jesus, que nos conduz à Paz, à felicidade eterna. E tantas, tantas vezes não escutamos, cheios de orgulho e de autossuficiência, pensando ser o nosso desejo, a nossa curiosidade, a nossa vontade aquilo que nos fará felizes, quando o que obtemos é um prazer momentâneo que tantas vezes se transforma em infelicidade duradoura.

E Maria, espera, sugere, admoesta suavemente para nos reconduzir a Jesus.

E, a cada nossa fuga acontece o mesmo, nunca desistindo de nenhum dos seus filhos, cada um precioso para o seu Coração.

Obrigada Mãe por me terdes aceite como tua filha, por me amares sempre e nunca desistires de me conduzir para Jesus.