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Jó. A prova da fé, a bênção da espera

Catequese sobre a Velhice

PAPA FRANCISCO

 

Jó. A prova da fé, a bênção da espera

Job que perde tudo na vida, perde as riquezas, perde a família, perde o filho e também a saúde e permanece lá, ferido, em diálogo com três amigos, depois chega o quarto, que vêm cumprimenta-lo. Quando Deus finalmente toma a palavra (e este diálogo de Job com os seus amigos é como uma estrada para chegar ao momento que Deus dá a sua palavra), Job é elogiado porque compreendeu o mistério da ternura de Deus escondida por detrás do seu silêncio. Deus repreende os amigos de Job que presumiam saber tudo, saber de Deus e da dor, e, vindos consolar Job, tinham acabado por o julgar com os seus esquemas preconcebidos.

A declaração de Deus surpreende-nos, pois lemos as páginas ardentes do protesto de Job, que nos deixou consternados. No entanto – diz o Senhor – Job falou bem, inclusive quando estava irado e também raivoso contra Deus, mas falou bem, porque se recusou a aceitar que Deus seja um “Perseguidor”. Deus é outra coisa. E como recompensa, Deus restitui a Job o dobro de todos os seus bens, depois de lhe ter pedido para rezar pelos seus maus amigos.

O ponto de viragem da conversão da fé ocorre precisamente no ápice do desabafo de Job, onde ele diz: «Porque eu sei que o meu Redentor vive e aparecerá, finalmente, sobre a terra; e depois que a minha pele se desprenda da minha carne, na minha própria carne verei a Deus. Eu mesmo o contemplarei, os meus olhos vê-lo-ão e não os olhos de outrem» (19, 25-27).  Este excerto é belíssimo. Vem-me à mente o final daquele oratório genial de Haendel, o Messias, depois daquela festa do Aleluia lentamente a soprano canta este trecho: “Eu sei que o meu Redentor vive”, com paz. E assim, depois de toda a dor e a alegria de Job, a voz do Senhor é outra coisa. “Eu sei que o meu Redentor vive”: é algo belíssimo. Podemos interpretá-lo assim: “Meu Deus, sei que Tu não és o Perseguidor. O meu Deus virá e far-me-á justiça”. É a fé simples na ressurreição de Deus, a fé simples em Jesus Cristo, a fé simples que o Senhor sempre nos espera e virá.

A parábola no livro de Job representa dramática e exemplarmente o que na realidade acontece na vida. Ou seja, que sobre uma pessoa, uma família ou um povo recaem provações demasiado pesadas, provações desproporcionadas em relação à pequenez e à fragilidade humanas.

Todos nós conhecemos pessoas assim. Ficámos impressionados com o seu grito, mas também muitas vezes nos admiramos com a firmeza da sua fé e do seu amor no seu silêncio.

Mas, sabes, caro, que o protesto é um modo de oração, quando se faz assim. Quando as crianças, os jovens protestam contra os pais, é uma forma para chamar a atenção e pedir que se ocupem deles. Se tens alguma chaga no coração, alguma dor e te vem vontade de protestar, protesta também contra Deus, Deus ouve-te, Deus é Pai, Deus não se assusta com a nossa oração de protesto, não! Deus compreende. Mas sê livre, sê livre na tua prece, não aprisiones a tua oração nos esquemas preconcebidos! A Oração deve ser assim, espontânea, como aquela de um filho com o pai, que lhe diz tudo o que lhe vem à mente porque sabe que o pai o entende. O “silêncio” de Deus no primeiro momento do drama significa isto. Deus não se afasta do confronto, mas no início deixa a Job o desabafo do seu protesto, e Deus escuta. Talvez, por vezes, devêssemos aprender de Deus este respeito e ternura.

A profissão de fé de Job – que emerge precisamente do seu incessante apelo a Deus, a uma justiça suprema – no final completa-se com a experiência quase mística, diria, que o faz dizer: «Os meus ouvidos tinham ouvido falar de Ti, mas, agora, viram-Te os meus próprios olhos» (42, 5). Quantas pessoas, quantos de nós depois de uma experiência um pouco negativa, um pouco obscura, dá o passo e conhece melhor Deus do que antes! E podemos dizer, como Job: “Os meus ouvidos tinham ouvido falar de Ti, mas, agora, viram-Te os meus próprios olhos”. Este testemunho é particularmente credível se a velhice o assumir, na sua progressiva fragilidade e perda. 

Os idosos que encontram o caminho deste testemunho, que converte o ressentimento pela perda na tenacidade pela expetativa da promessa de Deus. Olhemos para os idosos, olhemos para as pessoas mais velhas, os idosos, as avozinhas; olhemos para eles com amor, olhemos para a sua experiência pessoal. Eles sofreram muito na vida, aprenderam tanto na vida, passaram por muitas coisas, mas no final alcançaram esta paz, uma paz – diria – quase mística, isto é, a paz do encontro com Deus, a ponto de poder dizer “Os meus ouvidos tinham ouvido falar de Ti, mas, agora, viram-Te os meus próprios olhos”. Estes idosos assemelham-se àquela paz do filho de Deus que se entrega ao Pai na cruz.

 

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