Deus me quer SACERDOTE (parte II)

De Irmão João Lopes

Atualmente encontro-me no segundo ano de Teologia, sempre na mesma Universidade, e se Deus assim entender, mais três ou quatro anos tornar-me-ei sacerdote.

A minha Congregação pertence a um Movimento maior, denominado Família do Coração Imaculado de Maria. É um Movimento Eclesial, fundado na Itália, aprovado pela Igreja, com raízes na espiritualidade de Fátima.

É constituída por religiosos masculinos e femininos – os Servos e as Servas do Coração Imaculado de Maria – e numerosos leigos – Filhos e Filhas do Coração Imaculado de Maria - que, de acordo com diversos níveis de adesão, partilham o mesmo carisma.

A sua natureza e missão exprimem-se no lema: "Por meio do meu Coração Imaculado levai Cristo ao Mundo" e tem por finalidade difundir a mensagem de Fátima, especialmente a devoção e consagração ao Coração Imaculado de Maria, apressando o Seu triunfo.

Para mim mais que ser seminarista, sinto-me e de facto sou, um seminarista religioso, isto é, que professei os votos religiosos, como disse anteriormente.

Faço minhas as palavras do Beato Rolando Rivi, que diante daquele que lhe tiraria a vida, o ameaçava que se não tirasse o hábito – talar, o mataria, respondeu vigorosamente e sem temor: “Eu estudo para tornar-me sacerdote, e esta veste preta é sinal de que sou de Jesus”.

Ser seminarista para mim, é isto mesmo, mostrar ao mundo sem medo e hesitação alguma a quem pertenço e a quem doei totalmente a minha vida.

Ser seminarista em Roma, é algo de muito especial, difícil de explicar e exprimir por palavras. Estudar mesmo no centro de Roma, ao pé do Papa, passar todos os dias diante do Vaticano e do cimo do terraço da Universidade, ver sempre aquela fantástica cúpula de São Pedro, que só tinha uma fictícia imagem na minha mente, é algo de único, ousarei a dizer um verdadeiro dom de Deus para a minha vida.  Para não falar, que estudar em Roma apercebeste da real dimensão da Igreja e da sua missão. De facto, na universidade onde estudo, existem seminaristas de todas as partes do mundo: desde a América até as Filipinas, passando pela África e chegando até China.

Conhecer tantas pessoas das diversas partes do globo, com diferentes línguas, etnias e culturas, mas que no fundo partilhamos a mesma fé, temos o mesmo Deus por Senhor e todos possuímos no fundo do nosso coração um profundo desejo de fazer o bem e anunciar Cristo ao mundo, é sem dúvida muito gratificante. Deste modo compreendo, que a Igreja, não é algo de físico, estático, hierárquico ou clerical, mas é a verdadeira união de todos os povos na mesma casa espiritual, tendo como guia aquele que o mesmo Jesus deu o comando de a guiar e conduzir até à demora eterna do Céu.