Exercícios Espirituais Leigos FCIM 2025

de Rui Pedro

Apenas uma reflexão e uma partilha de como vivi os meus “Exercícios Espirituais”

O dia 21 de Agosto do ano da Graça de 2025 dava inicio a um período forte de recolhimento também denominado “Exercícios Espirituais”, para os membros leigos da, cada vez maior, Família do Coração Imaculado de Maria, ou FCIM.

Todos os anos somos brindados com esta possibilidade de viver este tempo de silêncio recolhido, o que, tendo em vista o panorama normal quotidiano das nossas vidas, sempre apressadas e inquietas, é algo que por si só já é como que uma violência, e como diz o Mestre “são os violentos que entram no Reino”.

O tema para este ano prometia, pois tinha como centralidade a vida do Fundador; título:  “O perfil espiritual do nosso Fundador”.

Logo na primeira etapa do percurso foi apresentada uma incómoda e desafiante proposta que pedia para ser no meu dia-a-dia uma cópia da sua vida heroica até ao mais alto grau, o qual ele mesmo nos dava essa permissão.

Meu Deus, Misericórdia, como posso eu, miserável nada, ter a presunção de querer imitar a grandeza e a radicalidade de vida de tão grande modelo?

Questionei! Deus não nos pede o impossível! Caminha!

E no caminho, apenas começado, já se sentiam as vertigens, e essas mesmas vertigens rapidamente se convertiam em deceção para terminarem em frustração. Estava dividido entre  o conformar-me com o fracasso ou desistir simplesmente. Mas eis que entretanto veio o auxilio. Oh maravilhoso “SILÊNCIO” que és corda e escada, corda que nos prende, evitando a fuga, e escada que nos leva a subir mais alto e contemplar mais longe. Fez-se caminho e fez-se luz - Luz Divina – a cura desceu do Céu e sarou a ferida, era o segundo dia, e o remédio era este: “O caminho que leva à santidade passa pela valorização da própria vida” como que a dizer, “não temas, ama-me na tua miséria, no teu nada, entrega-te todo a Mim, deixa que eu faça de ti o que me apraz, e não aquilo que tu queres ser e como queres ser”.

Esta é aquela imitação que o nosso querido padre nos pede, e essa mesma imitação é mais do que tudo um crescimento na vida interior, pois se questionássemos esse mesmo pai, se o poderíamos imitar nos seus sacrifícios, e nas suas penitências, ouviríamos certamente da sua boca uma firme negação de tal propósito, pois que continuando, nos diria, ainda com ternura que o imitássemos, isso sim, na sua intimidade orante com Jesus e Maria, a quem amava com predileção,  que o imitássemos na sua fidelidade ao cumprimento da santíssima vontade de Deus a quem punha sempre à frente da sua própria vontade e liberdade.

Resumindo, diria que fossemos todos por inteiro de Cristo através das mãos de Maria.

Para completar essa reflexão citarei Blaise Pascal que resume tudo o que foi dito:

- Conhecer a Deus sem conhecer nossa própria miséria, nos torna orgulhosos. Conhecer a nossa própria miséria sem conhecer a Deus nos deixa desesperados. Conhecer Jesus Cristo traz o equilíbrio, porque ao mesmo tempo, Ele nos mostra Deus e a nossa própria miséria -.

Sem dúvida, agora percebo, porque o Padre Alberto sublinha tanto, durante o ano, a importância da nossa presença nestes mesmos exercícios, pois os mesmos são imprescindíveis, quer no crescimento da amizade com Cristo e com a sua Igreja, quer como crescimento filial de pertença a essa mesma família  que é a FCIM.

Obrigado meu querido padre Fundador, obrigado Servos e Servas desta Família (FCIM), pelas vossas mãos estendidas que nos ajudam a caminhar e a descobrir cada vez com mais clareza a fidelidade nesta imitação de Cristo por Maria através do nosso Carisma.