Um Campo de Férias inesquecível

de Gabriel José Brites Morgado

[12 anos feitos em abril]

 O campo de férias nos Servos do Coração Imaculado de Maria, em Fátima, deste ano 2025, foi maravilhoso. Cheio de aventuras: vitórias, derrotas, mas sobretudo um sentimento de alegria e bem-estar, espírito de equipa e interajuda. Uma experiência que fez o meu coração viver sensações jamais sentidas, como a presença do Espírito Santo de Deus no meu coração.

  Os animadores, mas sobretudo os padres (o padre Gianni e o padre Luigi) são espetaculares e são um exemplo e testemunho de alegria e do que devemos ser para imitar Jesus. O padre mais velho, o padre Alberto Galassi, não está muito com os mais jovens, como eu, mas o meu irmão Henrique fala dele com muito entusiasmo e fervor, e até já nos disse (a mim e à família) que uma pregação dele converte os corações mais endurecidos.

  Na sexta-feira à tarde, dia da receção/acolhimento, quando a maior parte dos rapazes tinham chegado, fomos ver os nossos quartos, jantar e rezar o terço ao Santuário de Fátima. Fiquei com um monitor, o que me ajudou, por causa do que é a conversa noite dentro com os colegas de campo (como aconteceu no campo do verão passado e no do Natal), o que compromete o sono e, consequentemente, a disposição do dia seguinte, revelando cansaço…

  Todos os dias havia Missa e terço, e sinto que a comunhão diária é como um remédio espiritual ou o efeito da cafeína no meu coração. A comida era muito boa, e todas as refeições eu tive a oportunidade de me alimentar até ficar saciado. Logo no segundo dia, começaram os “jogos olímpicos” que se estenderam por estes cinco dias. Umas vezes perdendo e outras ganhando, correram-nos muito bem. Os meus preferidos foram o jogo da corda, em que em equipa tivemos de puxar a corda, para fazer com que os adversários passassem a linha vermelha. Também gostei muito do percurso tropa, pois as “coisas militares” atraem-me muito.

Também fizemos o jogo Cluedo humano, que conseguimos ganhar. Ficámos em primeiro lugar nos torneios e, pela primeira vez, a minha equipa, a Equipa Amarela, ganhou o Campo, alcançando o primeiro lugar.

  Durante estes dias, também pudemos aprender mais sobre um santo, que este ano foi São João Bosco, um santo que me deu uma lição de humildade, paciência e sobretudo a preocupação com os outros. Fomos preparando o teatro sobre o mesmo e, no último dia, na presença da família, apresentámos. Algumas das frases deste santo são: “Deus não chama para a felicidade, chama para a missão”, “Dizer a Missa significa começar a sofrer, doravante pensar só na salvação das almas”…

  Um momento que me marcou muito, mesmo intensamente, e que me deu a perceber o que é realmente sentir a presença do Espírito Santo no  meu coração, foi quando, durante a Missa, no momento da consagração do vinho e do pão, eu, de joelhos, fechei os olhos e no meu interior imaginei a presença de Jesus e dei uma volta à minha vida e, involuntariamente, quando abri os olhos, escorreram-me as lágrimas e senti uma vontade e um impulso para mudar, e avançar com a vida, sempre a sentir e a tentar perceber realmente o que Jesus e Deus podem fazer no nosso coração.

  A despedida foi bela e já com um sentimento de saudade, pois onde quer que estejamos, a nossa família vai ser sempre o nosso porto seguro/safe zone, onde seremos sempre acolhidos até à Glória Eterna. Neste último dia, os pais dos jovens vieram para a missa e para o terço, mas quando eu olhei para a mãe fizemos uma troca de olhares que me preencheu o coração e me deu uma vontade de a abraçar pois, a companhia de mãe, é para mim um precioso bem.

  Após o teatro e as despedidas, voltei para a minha calma terra de coração cheio, com Deus a acompanhar-me por esta vida que é um tão longo caminho.