Filhos e Filhas do Coração Imaculado de Maria

Mesmo Espírito, dentro da mesma Família de modos diferentes

Pertencer ao nosso Movimento (seja como padre, como irmã ou como leigo consagrado) é uma vocação. Para os leigos a porta de entrada na FCIM é o ato de consagração ao Coração Imaculado de Maria, através do qual cada um se entrega a Nossa Senhora e se compromete com a vida do Movimento, partilhando com os outros elementos o Carisma de Fundação, acolhendo a Mensagem de Fátima na própria vida e participando da comum missão de levar Cristo ao mundo por meio do Coração Imaculado de Maria.

Os leigos associados ao Movimento participam nele através de diferentes graus de pertença e de envolvimento, adequados à vida e à vocação de cada um:

• Amigos
• Colaboradores
• Filhos /Filhas do Coração Imaculado de Maria

Cada um, seguindo o próprio caminho, de modo adequado à sua condição de vida e sobretudo baseado naquilo que o Senhor suscita dentro do seu coração, encontra no seio do Movimento o seu lugar, a sua modalidade de pertença, através da qual pode realizar a sua vocação batismal.

No dia 28 de Agosto de 2022, após um caminho de discernimento e formação nasceram os primeiros Filhos e Filhas do Coração Imaculado de Maria. Na capela da Obra da FCIM, situada em Fátima, trinta e três leigos deram este passo, mesmo ali onde toda a nossa história de Família começou com as aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos Lúcia, Jacinta e Francisco em 1917.

Para todos (amigos, colaboradores e Filhos) está previsto um caminho formativo e um programa de vida apropriado, que a Família do Coração Imaculado de Maria se compromete a garantir nos lugares onde está presente e que, cada um é convidado a seguir, vendo nele um dom de Deus e um caminho de santificação e salvação das almas.

Atualmente em Portugal estão presentes duas secções da FCIM: a de Fátima-Aveiro e a de Lourinhã-Lisboa. Mensalmente, os Servos e as Servas deslocam-se, oferecendo em quatro lugares distintos uma catequese que ajude na formação cristã, tentando sempre encontrar um justo equilíbrio entre fé e razão. Esta formação é cada vez mais necessária num tempo e numa cultura onde Deus está muitas vezes colocado ao lado. A crise de valores do mundo de hoje questiona o cristão chamado a cuidar da própria fé e a não vacilar por causa de uma mentalidade consumista e sem Deus que, infelizmente, se afirmar a cada dia mais.

Espírito de Comunhão

Outro aspeto essencial é o da comunhão entre os membros. A Família é de fato o lugar onde cada vocação encontra ajuda e sustento no exemplo dos outros, onde é possível partilhar a própria experiência de fé, o próprio caminho pessoal, procurando permanecer firmes na rocha que é Jesus Cristo, conduzidos por uma verdadeira devoção a Nossa Senhora e guiados pela Sua ternura maternal.

Conscientes de que na Igreja o ser precede o fazer, na procura e na construção da comunhão a Associação deseja promover tudo aquilo que foi expresso pelo Santo padre João Paulo II: “Fazer da Igreja a casa e a escola da comunhão: eis o grande desafio que se nos põe no milénio que se inicia, se queremos ser fiéis ao desígnio de Deus a responder também às expectativas profundas do mundo. Que significa isto concretamente? Mesmo que o discurso pudesse fazer-se imediatamente operativo, seria errado satisfazer tal impulso. Antes de programar iniciativas concretas é preciso promover uma espiritualidade da comunhão, fazendo-a emergir como princípio educativo em todos os lugares onde se plasma o homem e o cristão, onde se preparam os ministros do altar, os consagrados, os trabalhadores pastorais, onde se constroem as famílias e às comunidades” (Novo Milénio Ineunte, 43).

A Família do Coração Imaculado de Maria é lugar onde se aprende a tornarmo-nos verdadeiros irmãos e irmãs entre nós e onde, portanto, têm particular importância os laços da fraternidade e da amizade. Por isso o alicerce do nosso estar juntos é o Senhor Jesus Cristo. Como Ele disse: “Assim como o Pai me amou, Eu da mesma forma vos amei. Permanecei no meu Amor ” ( Jo 15, 9-10)

Vida de oração e de missão

“Por que a vitalidade dos ramos depende do permanecer ligados à Videira que é Cristo Jesus os filhos e as filhas do Coração imaculado de Maria conduzem uma sólida vida de piedade que os abre a ação do Espírito Santo para que Ele se torne alma de cada gesto comportamento deles, abrindo os seus corações ao amor de Deus e aos irmãos e tornando-os aptos para construir a história segundo o desígnio de Deus” (Regulamento FCIM, 83).

Ao viverem em plenitude a sua vocação batismal, eles recordam aos sacerdotes e aos consagrados a importância de que se revestem as realidades temporais no desígnio salvífico de Deus.

Têm consciência que o seu âmbito é o mundo e que devem trabalhar nele como “fermento”, dando testemunho e vivendo na fé, na esperança e na caridade em qualquer âmbito da existência. Para fazerem isto, olham para o sim de Nossa Senhora; Ela, na sua vida, doando-se completamente a Deus como Filha, Esposa e Mãe, realizou a síntese daquela santidade para a qual todos devemos tender:

• em família, constituída por Deus, qual íntima comunidade de vida e de amor.
• no trabalho, entendido como meio insubstituível de santificação, própria e dos outros, que permite participar na obra da criação e na obra da redenção, e também como meio para o digno sustento do seu viver e do viver da sua família. No espírito da Mensagem de Fátima os leigos pertencentes à FCIM oferecem o cansaço da sua atividade em reparação das ofensas feitas ao Coração Imaculado de Maria e pela conversão dos pobres pecadores.
• através das relações sociais: a exemplo de Jesus e de Maria Santíssima, os leigos da FCIM procuram viver relações de estima e de amor com o seu próximo, através do conjunto das relações e dos afazeres da existência humana, na vida cultural e social, animados pelo desejo de expandir no mundo o perfume de Cristo e de dar glória ao Pai Celeste, com as obras e o apostolado.
• no Movimento: os Leigos da FCIM têm especiais vínculos de comunhão e de caridade com os Servos e as Servas do Coração Imaculado de Maria. Todos os membros leigos põem à disposição do Movimento as suas energias e os seus talentos, evitando confundir a sua vocação específica – que os chama a ser fermento de Cristo no mundo – com a dos ministros ordenados e com a das almas que professam os conselhos evangélicos num estado de especial consagração.

• através da comunhão eclesial: pertencendo à Família do Coração Imaculado de Maria, os membros leigos estão inseridos na vida eclesial, portanto colocam-se ao serviço da Igreja, em plena comunhão com os pastores e com as outras realidades eclesiais, pondo à disposição os dons e os carismas recebidos.

Além disto os leigos da FCIM serão especialmente fiéis ao Santo Padre e ao Magistério da Igreja, com o respeito da mente ao Magistério Ordinário e aos ensinamentos do Papa, por quem nutrem um profundo amor e o exprimem esclarecendo positivamente e acolhendo todas as suas orientações pastorais.